sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Testemunhas de Jeová e Dom das Línguas

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Por Prof. Pedro M. da Cruz
 
 
“... não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete.”
(Documento da CNBB) [1]
“Se vossa língua só profere palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento.” (S. Paulo - I Cor. 14,9).
 
É curioso, mas, algumas vezes, os próprios hereges nos surpreendem com certas posturas doutrinais de suas seitas.
Esta é mais uma artimanha do Maligno que, ao apresentar determinada verdade em meio às loucuras que a cerca, procura, deste modo, dar ao grupo absurdo que a defende (neste caso, as auto-intituladas “Testemunhas de Jeová”[2]) um ar de ortodoxia e veracidade que, no fundo, não possuem. É fácil perceber que o demônio tem lutado de todos os modos contra a verdade, até mesmo defendendo-a para melhor destruí-la, se possível fosse.
Que Nossa Senhora nos defenda contra as jogadas de Satanás. E, finalmente, que ela alcance de Deus a graça da conversão para todos os homens que vivem iludidos pela mentira.
Urge notar que o chamado “dom das línguas” tem sido, de muitos modos, um “cavalo de tróia” nas mãos do inimigo infernal, inclusive, entre muitos filhos incautos da Igreja Católica...
 
Texto das “Testemunhas de Jeová” (Sic.)
 
Falar em Línguas. É da parte de Deus?
 
“Será que falar em línguas como se faz em algumas igrejas hoje é realmente da parte de Deus? Para responder a essa pergunta, será de ajuda examinar como era o dom milagroso de línguas entre os cristãos do primeiro século.
 
Eles ‘principiaram a falar em línguas diferentes’ 
 
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A Bíblia fala de homens e mulheres que receberam a capacidade de falar línguas que nunca haviam aprendido. Isso aconteceu pela primeira vez em Jerusalém, no dia do Pentecostes de 33 EC, poucas semanas após a morte de Jesus Cristo. Naquele dia, cerca de 120 discípulos de Jesus ‘ficaram cheios de espírito santo[3] e principiaram a falar em línguas diferentes’. Visitantes de outros países ficaram perplexos, ‘porque cada um os ouvia falar no seu próprio idioma. ’
A Bíblia menciona outros seguidores de Jesus que tinham essa capacidade notável. Por exemplo, com a ajuda do espírito santo, o apóstolo Paulo podia falar muitas línguas. (Atos 19,6; I Corintios 12, 10, 28; 14,18). Mas qualquer dom do espírito santo de Deus logicamente deveria ter um objetivo válido. Então, qual era o objetivo de se falar em línguas nos tempos bíblicos?
 
Sinal de apoio divino 
 
Quando Paulo escreveu à congregação cristã de Corinto, que pelo visto tinha pessoas que falavam em línguas, ele explicou que ‘as línguas eram um sinal para os incrédulos, ou seja, para os que não eram cristãos. ’ Assim, junto com outros dons milagrosos, falar em línguas era uma indicação de que a recém-formada congregação cristã tinha a aprovação e o apoio de Deus...” 
 
Meio de divulgar as boas novas
 
“No início de seu ministério, Jesus instruiu seus discípulos a pregar as boas novas do Reino de Deus apenas aos Judeus. Por causa disso, os discípulos praticamente só pregavam em lugares em que a maioria dos habitantes eram judeus. Mas isso logo mudaria.
Poucos dias depois de morrer e ser ressuscitado, em 33 EC, Jesus ordenou a seus seguidores que ‘fizessem discípulos de pessoas de todas as nações. ’ Ele também lhes disse para serem suas testemunhas ‘até à parte mais distante da terra’. Para que as boas novas tivessem esse alcance, eles precisariam falar muitas outras línguas além do Hebraico.
No entanto, muitos daqueles primeiros cristãos eram ‘indoutos e comuns’ (Atos 4, 13). Então, como eles poderiam pregar em lugares distantes onde se falavam idiomas de que talvez nem sequer tivessem ouvido falar? O espírito santo concedeu a alguns desses fiéis pregadores o dom milagroso de pregar com fluência em idiomas que eles nunca tinham aprendido.”
“Será que o atual costume de falar em línguas (sic.) é um meio usado para pregar as boas novas a quem fala outro idioma? Lembre-se que aquelas pessoas em Jerusalém no dia de pentecostes de 33 EC eram de vários lugares, e elas entenderam claramente as línguas que os discípulos falaram de modo milagroso. Em contraste, os que falam em línguas hoje (sic.) em geral pronunciam palavras que ninguém entende.
Fica claro que o atual costume de falar em línguas é muito diferente do dom do espírito santo dado aos primeiros seguidores de Jesus.”
(N.B.: O negrito é nosso)
 
Fonte: Revista, “A Sentinela. Anunciando o Reino de Jeová”. 01/10/ 2010. Pág. 29.
 
Como pudemos constatar até mesmo as auto–intituladas “Testemunhas de Jeová” - apesar de seus escorregões - tem uma visão contrária ao pentecostalismo moderno. É uma luz em meio às trevas da heresia que domina aquela seita anticristã. Roguemos a Deus para que Ele possa esclarecê-la em todos os pontos onde haja divergência com a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo: Católica, Apostólica e mil vezes! Romana.
É uma pena que alguns membros da RCC não tenham percebido o que os próprios inimigos do catolicismo conseguiram averiguar...
Não é de se admirar, portanto, que essa situação - ainda em seus primórdios mais discretos - tenha deixado o grande São Pio X tão impressionado com o fato da desinformação reinante em nosso tempo. Ele, como pontífice e pastor exemplar que era, chegou ao ponto de criticar já naquela época, os muitos membros do laicato e clero católico (inclusive bispos) que, sem um sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas embebidos das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, vangloriavam-se, desprezando e transgredindo toda moderação necessária. (Pascendi, Séc. XX).
Sim, repitamos: O Papa Pio X chegara ao ponto de criticar, não somente leigos, mas, também, padres e bispos afogados no erro de nossos adversários. Exatamente como se dá em nossos dias...
 
“Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja.”
(S. Pio X, sobre membros do clero católico - Pascendi).
 
Santíssima Virgem, rogai por nós nestes tempos de crise!
 

[1] Documentos da CNBB. Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica. N. 53. São Paulo: Paulinas, 1994. 31 pgs. Lê-se na conclusão do documento a manifesta preocupação dos Bispos com os desvios ocorridos na chamada Renovação Carismática “... que são prejudiciais para a RCC e para toda a Igreja” (conf. pg. 31).
[2] Seita fundada por Charles Taze-Russel (1852-1916).
Depois da frustrada previsão da segunda vinda de Cristo, por parte dos adventistas, para 1843-1844, Russel (de família presbiteriana) “descobriu” que caberia a ele apresentar o verdadeiro sentido das escrituras. Propôs, então, a segunda vinda de Cristo para 1914. Bom, nós do blog acreditamos que o mesmo tenha se equivocado... (risos)
[3] Aqui o nome “Espírito Santo” é escrito com iniciais minúsculas pela seita das “Testemunhas de Jeová”, pois, negam, absurdamente, que o Espírito Santo seja uma pessoa Divina. De fato, negando a Trindade, negam a divindade do próprio Jesus Cristo, e, por fim, afirmam ser o Espírito Santo uma simples “força ativa invisível que Deus usa para realizar seu propósito e expressar sua vontade...”